sábado, 25 de julho de 2009

TV às Claras - Som&Fúria&Qualidade

O horário - pra variar - não era o mais propício.
A audiência - idem - não deve ter rendido muitos dividendos.
A repercussão foi quase "abafada".
Mas ainda assim Som & Fúria, que teve seu último episódio exibido ontem, foi a melhor série que já vi em TV aberta.

Já era mesmo de se esperar.
Dirigido por ninguém menos que Fernando Meirelles [Cidade de Deus, Ensaio Sobre a Cegueira e o Jardineiro Fiel] contava com um time excelente de atores.
A mescla hábil de elenco [contando com os já consagrados como Pedro Paulo Rangel e Paulo Betti; internacionalmente famosos como Rodrigo Santoro e a nova geração como a boníssima Maria Flor] deu corpo e vida ao ótimo trabalho da equipe de produção.

O roteiro foi adaptado da série canadense Slings and Arrows pelo próprio Meirelles.
A fotografia também é primorosa bem como a trilha sonora poderosa e "atuante" dando complemento na hora e na dose certa.

Mas voltemos a falar dos atores. Afinal o foco da série é o teatro.
Destaque para o Felipe Camargo que encarou com maestria um ator e diretor que, apesar de muito talentoso sofria de alucinações [o que o levou a uma internação psiquiátrica] e um desgosto por uma suposta traição de sua paixão - a diva de teatro temperamental com medo do fim da carreira, Andréa Beltrão.

O "passeio pelos sonetos de Shakeaspeare" não podia ser mais agradável.
Respaldados pelos textos bem equilibrados os atores conduziam a história de modo que as obras encenadas no palco por vezes se confundiam com a vida real dos personagens.
Desde o "ser-ou-não-ser" de um ator de TV que precisa provar que é mais que apenas um galã até o romance impossível, mas mesmo assim real, do casal inconsequente Romeu e Julieta, interpretados por Debora Falabella e Leonardo Miggiorin no palco mas VIVIDOS pelos personagens de Dante e Elen [Camargo e Beltrão].

Som & Fúria nos brindou com a perfeita harmonia entre Humor & Tragédia.

Uma produção a ser elogiada e lembrada.
E que ela sirva de parâmetro não só para novos trabalhos mas também para "abertura de mentes" tanto de expectadores quanto de emissoras.

É possível fazer séries de qualidade com inteligência e sem apelação.


3 comentários:

Iberê Borges disse...

É uma adaptação?
=P

Não vou mais baixar.
Decepcionado.

[ Alison do Vale ] disse...

o texto é adaptado. não o seriado.
não seja tonto...

Guilherme "Guil" Cardozo disse...

Genialidade brasileira. Todos os personagens são desiquilibrados. A moda do encosto pegou.

Guil

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